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As minhas provas - 2011
 


Ultra-Trail Tilenus Xtreme 105 Km - Castrocontrigo, Espanha

2 e 3 de Setembro de 2011 - 00h00

2 de Setembro 2011 

Partimos de Lisboa pelas 10h00 com o Miguel e a Daniela em direcção à Marinha Grande. Aí juntámo-nos ao João Colaço, Paulo Costa e Glória Serrazina e seguimos numa viatura de 9 lugares até Castrocontrigo – Espanha. Chegámos por volta das 18h00 (19h00 espanholas) e encontrámos bastantes Tugas no local da partida. Levantámos os dorsais, a bolsa do atleta contendo um chapéu, panfletos e etiquetas para os sacos. De seguida dirigimo-nos às piscinas para montar a tenda no relvado. Comemos qualquer coisa e preparámos o equipamento e um saco para deixar aos 51 km.

De acordo com o regulamento indicava que podíamos deixar um saco para mudar de roupa aos 51em Corporales, mas afinal podíamos ter deixado outro aos 69 em Pozos e outro aos 90 km em Morla. Optei só por um saco aos 51 km.
A temperatura rondava os 11º mas como iríamos subir dos 900 aos 2100 metros de altitude no topo do Monte Tilenus, o ideal era ir bem agasalhado. O equipamento obrigatório era composto de mochila, corta-vento ou impermeável, apito, manta térmica, frontal, pilhas de reserva, fita adesiva 80x3 cms, telemóvel calças ou calções abaixo do joelho, camisete técnica, luvas, gorro, 1 l de água, um copo e comida energética.
Para o saco dos 51 km, coloquei uma muda de roupa (calções, camisete técnica, cuecas, meias), uma toalha, isotónico, barras e gels, vaselina, pensos para bolhas, óculos de sol e um chapéu.

A minha intenção era de à partida levar calças de Lycra, gorro e luvas, além de bastões e mudar para uma roupa mais leve para o dia, pois calculava que deveria chegar pelas 7 da manhã ao abastecimento em Corporales.
Teríamos os abastecimentos em Peña El Ave (17 km), Alto San Vicente (31 km), Corporales (51 k) com comida quente, Pozos (68 km), Alto San Vicente (78 km), Pozos (90 km) e na meta.

Juntámos a comitiva Lusa com cerca de 22 atletas para as fotos da praxe, ouvimos um “briefing” por parte da organização em espanhol, e depois num castelhano exclusivamente para a comitiva Portuguesa.

3 de Setembro 2011

Pelas 0h00, e após uma contagem decrescente e do grito “Bienvenidos al infierno!” foi dada a partida.  Após um km de estrada com palmas e incentivos dos populares, entrámos num estradão de pinhal até aos 5 km. O percurso estava marcado com setas verdes no chão e fitas florescentes. Chegados junto a uma vedação iniciámos uma subida prolongada até que virámos para um corta-fogo de extrema inclinação. Já no topo, seguimos por pinhal até que dada altura já não vi nem trilho nem fitas. Parei e voltei atrás até à última marcação. Em poucos segundos já éramos uma dezena de atletas e todos “Tugas”! Alguém comentou que parecia uma prova de trail portuguesa com alguns espanhóis no meio. Rapidamente alguém descobriu o trajecto correcto e foi num ápice em que chegamos ao 1º abastecimento aos 17 km em plena serra em Peña El Ave. Aqui verifico porque razão é exigido um copo como equipamento obrigatório, não há qualquer copo nos abastecimentos.

O percurso continuava a subir, bastante pedregoso e com tufos de erva no meio o que atrasava a progressão. Nesta altura seguia sozinho trepando pela escarpa acima com a ajuda dos bastões. Atrás só se vislumbravam as luzes dos frontais que me precediam. Finalmente … o topo! Após um ligeiro sobe e desce chego ao 2º abastecimento no Alto San Vicente aos 31 km. Enquanto me abasteço chega a Glória Serrazina. Olho para a serra e vê-se lá no alto as luzes dos frontais do grupo da frente, o percurso é quase a pique! 32 % de inclinação! A Glória diz que é melhor tirar os bastões. Estupefacto comento com ela se tinha subido a escarpa anterior sem bastões, ao que ela afirma que sim.

Rapidamente nos pomos de novo ao percurso onde cada pé é colocado no sitio onde os outros atletas passaram. A Glória, essa, já nem a vejo! Olho para cima para ver onde estão as luzes dos frontais e confundo-as com as estrelas. Passa por mim um atleta espanhol com um pirilampo vermelho a piscar na mochila e que rapidamente desaparece. Incrível como consegue progredir tão depressa sem o auxílio de bastões!! E continuo sozinho como tenho vindo até aqui!

Finalmente chego ao cimo pensando que era o topo Monte Tilenus, mas a mancha escura imponente á minha frente demonstra que estou enganado. Começo a descer o trilho durante um par de km até que vejo um Jipe dos Bombeiros á minha frente junto ao rio. Aí indicam-me que tenho de atravessar o rio por cima das pedras. Na outra margem começo a subir um trilho estreito num relvado. Mais acima, olho para trás e vejo quatro luzes dos frontais. Umas centenas de metros à frente, saio do trilho e viro á esquerda por um corta-fogo pedregoso de extrema inclinação. Olho para cima e vejo um pirilampo vermelho a piscar dum atleta espanhol que me tinha passado

Estou nos 38 km – 1.600 mt de altitude com 5h50 percorridos, e de acordo com a altimetria da prova devo subir aos 2.100 mt aos 42,5 km de prova. Mais à frente apanho o Peixoto dos Amigos da Montanha que se vem queixando um pouco de tudo (saído tarde do trabalho, feito 3 horas de viagem desde Barcelos esquecendo-se da diferença da hora, chegado quase em cima da hora da partida, etc)…

Deixo-o para trás e continuo a progredir na subida graças aos bastões. Dou de bom grado os treinos que fiz na serra de Sintra com a malta do Millenium BCP, embora estas subidas não tenham nada a ver com as dos treinos!

Depois duma penosa subida sem nada de realce a não ser o duro esforço dispendido, chego finalmente ao topo do corta-fogo perante dois jipes plenos de faixas reflectoras que indicam o caminho á esquerda.  Estou nos 2.000 mt de altitude tendo demorado mais de 1h30 a fazer os últimos 4 km! Se cheguei ao topo do Monte? Não….

Atrás de mim não se vê vivalma. O percurso agora é entre reflectores sem piso definido por cima de urzes e pedras ladeando o monte Tilenus. Pelo menos permite correr, embora cuidadosamente entre as diversas pedras pontiagudas. Finalmente define-se um trilho entre pequeninos cedros rasteiros que encobrem o trilho e que nos obriga a serpentear entre eles. À minha frente na escuridão vejo um pirilampo vermelho a piscar e vejo que o atleta espanhol afinal não vai muito longe de mim. Continuo atento ao trilho pedregoso e vou-me aproximando do pirilampo vermelho. Afinal não era o do atleta espanhol mas sim uma lâmpada vermelha a baterias que servia de referência para os atletas.

Por cada lâmpada que passava vislumbrava outra a centenas de metros que serviria de referência da direcção a seguir. E continuava a subir até ao topo do destemido Monte Tilenus, seguindo as faixas reflectoras que indicavam o melhor caminho tendo ao longe sempre a luz vermelha cintilante como referência. Entre um pouco de nevoeiro e numa temperatura baixa que me arrefecia a ponta dos dedos continuei até ver uma fogueira mesmo no topo com gente da Organização. Tinha chegado ao ponto mais alto da prova (44,5 km) com 7h40”. Atrás de mim, continuava sem ver nenhuma luz a não ser o das faixas reflectoras da marcação. Perguntaram-me se queria água, barras, ou sais (??) mas agradeci e comecei a descer. Embora ainda necessitasse do frontal, já se notava o amanhecer.

Num trilho sinuoso e rápido comecei a descer até que fui surpreendido com imensas luzes no trilho!  Afinal não passavam dos olhos das vacas que estavam deitadas a dormir e que á luz do frontal me pareciam o florescente das marcações. Lentamente passei entre elas mais preocupado com a sua atitude do que com as bostas que estava a pisar!

Finalmente a tal descida do Monte que tinham informado no “briefing”! 2 km de comprimento com quase 1 km de desnível, num piso perigoso de pedra solta. Felizmente já se via bem. Desliguei o frontal e iniciei a descida com precaução. A meio da descida consegui travar o corpo e consegui parar. Já tinha cobertura de rede e liguei á minha esposa. Aproveitei e tirei uma foto do que me parecia dum lago, mas que afinal não passava duma nuvem que ainda viria a atravessar.

Finalmente atingi o fim da descida aos 48 km, quando sou surpreendido pelo barulho das pedras a cair e me aparece em grande velocidade o Peixoto que tinha feito a descida em corrida! Que louco!!!

Juntos seguimos os cerca de três km em estrada de asfalto até ao abastecimento na aldeia de Corporales, onde tenho o saco para muda de roupa. 8h50 ao fim de 51 km! Bem longe das minhas previsões!

Dirijo-me aos lavabos e visto uns calções, uma camisete, deixo o frontal, o gorro e as luvas no saco. Ainda penso em aligeirar o peso da mochila deixando também o corta-vento, mas resolvi mantê-lo por ser equipamento obrigatório. Bebo uma sopa quente e como uma sandes de queijo com fiambre. Preparo-me para sair quando chegam mais quatro atletas entre eles o Ico Bossa que cumprimento.

Saio com o Peixoto quando ao fim dumas centenas de metros, diz-me que se tinha esquecido dos bastões e volta a correr buscá-los, enquanto eu inicio a subida empedrada da aldeia. Esta vira depois para um trilho de serra bastante bonito entre árvores ainda cheias de pequenas teias repletas de gotas de orvalho.

O Peixoto alcança-me e continuamos a subir serra acima em que cada curva do trilho adivinha nova subida. A dada altura passa por nós um atleta de verde que sem o uso de bastões e apenas com um sorriso trepa facilmente deixando-nos para trás com facilidade. O Peixoto aproveita a boleia e segue atrás dele!

Ainda os vislumbro quase no topo desta dura subida de quase 7 km até aos 1700 mt de altitude. Já no topo, olho para trás e vejo o Bossa ainda a meio da subida. Mais uma centena de metros até ás antenas e prevejo uma grande descida. São 10h30 da manhã com 58,5 km de prova. À minha frente num piso de estradão pedregoso serpenteando entre as colinas desnudadas de qualquer vegetação, apresenta-se uma descida de quase 7 km, que convida a correr. A meio dela já lá vai o Peixoto ultrapassando o atleta de verde.

Quase no final da descida. O trilho muda para a esquerda ziguezagueando até ao rio. Vejo o atleta de verde que volta para trás por se ter perdido ao depreender que o arame com as fitas a servir de cancela, não era para atravessar embora as setas verdes estivessem bem assinaladas. Acabo por retirar o arame para evitar que outros atletas se enganem e continuo até ao rio. Rapidamente alcanço o atleta de verde que afinal é um Tuga do Paredes Aventura e que se vem a queixar dos joelhos! Aconselho-o a molhar as pernas no rio e é exactamente o que faço quando lá chego! A água gelada do rio é uma bênção para os músculos!

Mas o esforço dispendido nas duras subidas e nesta derradeira descida teve um impacto devastador. É com dificuldade que progrido sempre junto ao rio até ao abastecimento dos 69 km na aldeia de Pozo, que atinjo já com 12 horas de prova. Aí fico a saber que o Pedro Marques vai em segundo lugar junto do primeiro.

Como fruta, e desta vez bebo isotónico apesar de não gostar muito de Aquarius pois considero um pouco doce. Apesar do calor as bebidas estão bastante frescas. Verifico então que a água gelada que desce das serras até ás aldeias é conduzida por canais de pedra onde se encontram as garrafas e garrafões do abastecimento. Coloco alguns Gels na mochila e sigo encosta acima para mais 4 km de serra!

A meio da subida encontro um fontanário com água fresca com um tanque por detrás. O caudal do bocal é tão forte que quase tomo banho debaixo dele. De seguida mergulho os pés no tanque e aguardo um pouco para arrefecer os músculos. A subida agora parece-me mais fácil e menos penosa. Já no alto olho para o vale, tiro mais um foto e vislumbro dois atletas cá em baixo, parecendo-me o Bossa mais o de verde.

Cá em cima percorro um estradão no planalto que embora plano me custa correr utilizando mais os bastões para me impulsionar. Em cada mudança de direcção do estradão, via-se que a organização não tinha poupado quer em fitas, quer nas setas verdes. Só se perdia quem não estivesse atento.

Como é esperado, depois duma grande subida vem sempre uma grande descida… e lá vem mais uma que iria ter quase 4 km até ao próximo abastecimento nos 79 km. Nesta altura aos 75 km, o meu Garmin despede-se por falta de energia após 13h18 de prova. Em solidariedade, as pernas também se recusam a obedecer na descida mas apesar de passadas curtas tento manter um ritmo constante até ao abastecimento.

Quase a chegar dois miúdos acompanham-me até lá, gritando o número do meu dorsal! A mãe deles serve-me água fresca dizendo que não era preciso o meu copo, e pergunta-me pela portuguesa que tinha ganho no ano passado e qual o seu nome. Respondo que foi a Célia Azenha em que a senhora me diz que é muito simpática! De seguida aponta-me o Monte Tilenus e mostra-me por onde subimos! Escarpa autêntica! Se tivesse visto aquilo de dia de certeza que tinha desistido, mas como diz o ditado popular: “á noite todos os gatos são pardos” e nem nos apercebemos do nível de dificuldade.

Já estou de saída do abastecimento quando vejo o Bossa a meio da descida. Mais um par de km no estradão, e desço para um corta-fogo abrupto até ao rio onde alcanço mais um atleta espanhol de poucas falas. Atravessamos o rio juntos e iniciamos uma subida entre o pinhal. O espanhol progride mais rápido e depressa volto à minha condição de atleta solitário como tem sido ao longo de toda a prova.

O calor é demasiado e não dispenso qualquer linha de água para me refrescar utilizando o meu chapéu para encher e molhar a cabeça. O problema é que as moscas também apreciam esta frescura e não me largam apesar de as sacudir insistentemente.

O percurso é muito bonito, com bastantes sombras e com ligeiras descidas em que apetece descê-las em corrida mas o entusiasmo termina rapidamente. Ligo á minha esposa e fico a saber que o Pedro terminou em 2º lugar. Excelente prova a dele tendo em conta as dificuldades desta prova. As minhas forças já se resumem a caminhar rápido em vez de correr. Passo por um vale junto a umas colmeias em que um aviso menciona “Peligro, Abejas”. Os zumbidos que se ouvem não são agradáveis e passo com precaução pois tal como as moscas que não me largam, também as abelhas podem tentar o mesmo. Após uma subida íngreme alcanço um atleta espanhol de nome Luis Garcia, que acompanho durante um bocado. Calculo que devemos estar perto dos 90 km, mas ele diz que ainda devem faltar uns 5 km.

Nas subidas, a técnica que uso com os bastões permite-me distanciar dele enquanto nas descidas ele alcança-me com facilidade. Chegamos a um cruzamento onde se encontra mais um posto de controlo de passagem e um rapaz informa-me que ainda teremos de ir á aldeia de Morla e voltar de novo a este cruzamento. Faltam então cerca de 20 km, sendo 4 a descer até á aldeia, mais 4 km de novo a subir e depois cerca de 12 a descer a partir desse ponto.

Animado, lá descemos os dois na conversa até á aldeia. O Luis conta-me então que já fez Ronda, os 101 km dos Peregrinos e que pensava que esta fosse mais fácil do que parecia. Chegámos á aldeia, e o espanhol mal parou prosseguindo de imediato, enquanto eu ainda fui á fonte refrescar os músculos das pernas.

A saída da aldeia era através duma subida de acentuado desnível sobre pedra solta. Lembro-me de resmungar que a organização tinha imaginado com requintes de malvadez aquele desvio até à aldeia, apenas para dificultar a prova. A meio da subida alcanço o espanhol que já vem em dificuldades.

Finalmente alcanço de novo o cruzamento em que o rapaz me dá uma sandes de presunto e despeja a meu pedido quase metade do garrafão de água por cima da cabeça. A subida que se avizinha também não é fácil. Já estou de saída quando vejo o Luis a chegar ao abastecimento. Ataco a subida com determinação até chegar a uma passagem junto a um muro sem trilho definido bastante técnico. Ligo de novo á minha esposa e ela informa-me que o Ricardo Diez acaba de chegar e que os últimos 10 km foram bastante difíceis. Então não era só a descer????

Era a descer mas a corta-mato, sem trilho marcado, seguindo apenas as marcações. À minha frente mais abaixo ainda vejo o Aires Barata. Tento apanhá-lo mas a dificuldade é bastante. Finalmente entro num estradão entre pinheiros em que o piso já permite a corrida. Nesta altura, já pressinto uma bolha no calcanhar do pé direito. Amaldiçoo não ter tirado os sapatos quando mergulhei os pés no tanque e tenho a certeza de que a bolha foi resultado disso. Já só desejava que a meta estivesse na próxima curva do percurso, mas cá de cima da serra ainda adivinhava mais uns 7 km até à povoação.

Largo o bosque e entro num corta-fogo que mais parece uma pista de aeródromo. Aqui aparece mais um fontanário idêntico ao que vi na subida de Pozos, onde se encontra um jipe da Guardia Civil que me incentiva. Dizem-me que falta pouco mais de 5 km até Castrocontrigo.

Já no fim da pista encontro o Miguel Batista e o Eduardo Santos que me dizem que faltam uns 3 a 4 km e seguem comigo até à meta. Graças a eles, estes últimos km acompanhado moralizaram-me conseguindo imprimir um ritmo até á povoação. O último km já na estrada de asfalto foi feito em corrida, como se de uma prova curta se tratasse. Aos incentivos da população de “Ânimo, Máquina e Campeón” fizeram-me esboçar o sorriso com que atravessei a meta com 18h50’07”.

Embora o abastecimento final estivesse bastante fornecido, caíram-me melhor as duas cervejas que bebi! Bastante refrescantes! Ao ver a minha classificação final, fiquei a saber que tinha ficado em 26º da geral e 2º do escalão Masc-B (+ de 50 anos). Formidável! O percurso tinha cerca de 106.200 mts.

Esta prova no entanto é brutal… apesar de ter quase o mesmo desnível dos 102 km do “Oh, Meu Deus”, foi mais exigente e desgastante a nível muscular. Praticamente fui mais caminheiro nos últimos 30 km do que corredor e o não ter sido ultrapassado por nenhum atleta demonstra que os atletas que me precediam se encontravam nas mesmas condições.

Fui tomar um banho quente às instalações da piscina e deitei-me na tenda para descansar um pouco até á hora de jantar, mas o cansaço era tanto que só acordei na manhã do dia seguinte.

Logo cedo de manhã já se ouvia bastante barulho na praça da meta. Só depois é que me apercebi de que era a prova dos 50 km de BTT que estava a decorrer. Já perto da hora de almoço, foi a distribuição dos prémios onde foram premiados o Pedro Marques – 2º da Geral, Glória Serrazina – 1ª Geral feminina; Daniela Marinheiro – 2ª Geral feminina; Vitorino Coragem – 1º Escalão M50 e eu em 2º Escalão M50.

No final, houve o almoço para todos os concorrentes e acompanhantes onde foi servido uma paelha, fruta, sumos e cerveja.

Em resumo: Uma prova bem organizada, boas marcações, bons prémios, bons abastecimentos, excelente hospitalidade por parte da organização e população, um percurso bonito mas difícil e exigente na sua preparação. Aconselho-a!!

 

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Oh, Meu Deus - Trail Running - Manteigas - 102 km

30 de Abril e 1 de Maio de 2011 - 08h00


 

Saímos de casa pelas 19h00 com destino a Manteigas na Serra da Estrela, tendo chegado cerca das 22h30 ao Pavilhão. Levantei o dorsal, preparámos os colchões e sacos-cama e fui ouvir um pequeno “briefing” dado pelo Paulo Garcia da Organização.

 Dia da prova
7h00 e já se nota a azáfama dos atletas no Pavilhão a preparar a mochila. Nota-se o nervoso miudinho. O tempo estava fresco, limpo, mas anunciava chuva. O cume das serras circundantes estava coberto de nevoeiro.

Antes da partida, tiram-se as fotos da praxe e ouve-se as ultimas recomendações da Organização enquanto vistoriam o equipamento obrigatório e se coloca os números de emergência no telemóvel.

A partida é dada sem grande aparato e quando iniciamos a subida em direcção a Norte ainda aparecem alguns atletas retardatários que se juntam ao pelotão. O ritmo é lento enquanto percorremos algumas das ruas de Manteigas até começarmos o trilho num estradão de terra batida.
Até ao km 3 o pelotão vai-se esticando e vão-se formando pequenos grupos. Vamos conversando sobre as expectativas de cada um. Mantenho um ritmo suave pois a prova avizinha-se bastante dura e é preciso dosear o esforço. Junta-se a mim a Daniela Marinheiro e o Miguel e vamos juntos até ao km 7 onde o inicia um trilho técnico. Nesta altura peço ao Luís Nunes para me tirar os bastões que estão presos à mochila. 

A passagem pelo Poço do Inferno é sem dúvida duma beleza sem igual. Apesar da dificuldade do piso, subimos numa escalada de pedras escorregadias até atravessarmos uma ponte de madeira, seguida dum pinhal e chegarmos ao primeiro abastecimento (Liquido). Bebo um copo de água e continuo. 

Daqui até ao km 15 o percurso é rápido por estradões, mas com sinalização muito espaçada o que me leva a parar em diversos sítios para verificar qual a alternativa que contém nova fita. Nesta altura apanha-nos o Pedro Marques que é o primeiro da prova dos 50 km e que saiu meia-hora depois. Numa descida o Pedro desaparece e passa por mim a Daniela e o namorado que descem em alto ritmo parecendo cabritos habituados a estas descidas. Sigo no seu encalço até passarmos por uma casa num prado que vai desembocar num rio de forte corrente. Fico na dúvida se existe algum local para passar até me aperceber que não vejo sinalização alguma. Voltamos para trás até encontráramos mais dois atletas e verificamos na última sinalização que afinal havia uma vereda à esquerda que deveríamos ter subido.

 Começa a chuviscar enquanto descemos para o Ski Parque no Sameiro, atravessamos a ponte de madeira e chegamos ao 2º Abastecimento (18 km). Como fruta, um pouco de marmelada e arranco de seguida com a Daniela e o Miguel, até que este volta para trás para buscar os bastões que tinha deixado no abastecimento.

Segue-se pelo empedrado do parque, passamos no túnel  e seguimos depois uns 3 kms por uma estrada familiar que fiz aquando da TransEstrela. Depois dum pontão viramos à esquerda e começamos a subir até ao Posto de Vigia. A meio da subida passa por nós o 2º atleta dos 50 km – Fernando Homem dos Abutres. O percurso é sempre a subir num estradão em ziguezague de boa inclinação. Comigo segue a Daniela e o Miguel. Já quase no alto, apanha-nos mais dois atletas dos 50, um da CGD e um espanhol. 

À chegada ao cimo no Posto de Vigia da Azinha aparece o 3º abastecimento (km 32). O abastecimento é líquido com a particularidade de cada um ter de se servir das garrafas de 1,5 lt. Perco pouco tempo e sigo de novo no trilho deixando o grupo para trás. Pouco tempo depois sou alcançado por mais três atletas dos 50, entre eles o Raul Quaresma do Mundo da Corrida. Na descida para um cruzamento no Alto do Sameiro deixo-os para trás, e viro na subida à esquerda atravessando uma zona de terra queimada. Quando rodeio a Serra olho para trás e vejo um grupo com pessoal do Millenium BCP a cerca de 2 km. Ao chegar ao alto, começa de novo a chover e olhando para trás não vislumbro nenhum atleta o que me deixa apreensivo.  

Retiro o telemóvel e contacto a Organização perguntando onde está a separação dos 50 e dos 102, pois temo que tenha seguido o percurso errado. Dizem-me que é só aos 45 km e que devo estar a chegar a um marco geodésico e depois o abastecimento. Sigo de novo e desta vez já passam por mim de novo o grupo do Raul e pouco depois mais dois atletas que reconheço dos Trilhos de Almourol. Vamos conversando junto até ao Posto de Vigia de S. Lourenço onde está o abastecimento dos 40 km e encontro o Zé Carlos Sousa. Vou com quase 6 h de prova. Aqui, uma senhora diz-nos que estamos aos 40 mas o meu Garmin mostra 44, o que prenuncia que afinal a distância final não será os 102!! Dou o meu número de dorsal à Escuteira (58) e verifico que escreveu 59. Peço para rectificar. Como qualquer coisa e pergunto de novo à Escuteira que qual o meu numero e ela repete 59!! Abro o impermeável e mostro-lhe o dorsal para rectificar.  

Arranco de novo para a descida e agrada-me que não tenham utilizado um trilho perigoso que fiz na TransEstrela mas sim um outro mais fácil com um piso de folhas macias. Alcanço rapidamente o Zé Carlos que me diz que se sente com dores na cervical e que irá desistir aos 50. Deixo-o na separação das duas provas e confirmo com a organização a quilometragem (dizem que estamos a 42 e eu marco 45!!).
O trilho na subida é lindíssimo, seguindo sempre junto ao um riacho que vou transpondo duma margem para outra num relvado macio até chegar ao topo no Cruzamento das Jornadas onde está novo abastecimento. Como fruta e bebo um copo de Coca-Cola e preparo-me para seguir na altura que chegam os atletas do Millenium. Vou descendo até á Vila quando sou apanhado de novo pela Daniela e o Miguel (pois descem rápido e quase não perdem tempo nos abastecimentos).

Descemos até ao Covão da Ponte cerca dos 50 km, onde atravessamos uma zona muito bonita e peculiar tipo levadas, com um rio repleta de lindas cascatas. Nesta altura perco a Daniela e o Miguel (só mais tarde soube que ela tinha tido diversas cãibras e forçada a parar por uns bons minutos), e vou seguindo as levadas até atravessar uma ponte quase improvisada e saltitante. A subida até ao topo da serra é lenta e de progressão morosa. Pelo trilho juntamo-nos bastantes atletas, os do Millenium, o Mark Macedo e a Júlia e um dos GNR de Montanha que vai com grandes dificuldades. 

Chegamos ao Covão de Sta Maria e na subida fico para trás com o Aires de Mafra. Com a ajuda dos bastões rapidamente vou deixando atletas para trás até à subida das Penhas Douradas onde se inicia o PR15. Nesta altura contacto com a família que me dizem que vão esperar por mim aos 56 onde se muda de roupa, e que de acordo com a organização seria na Pousada de S. Lourenço. Mas não, afinal seria  no Observatório uns km adiante.

Finalmente chego ao Observatório (km 60) com quase 9h de prova e 1.400 mt de altitude. Demorei 3h a percorrer os últimos 15 km! A minha esposa e os meus filhos aguardam-me e vou levantar o saco para mudar de roupa. Mas não há sítio reservado para o efeito. A equipa do Millenium já está a trocar de roupa em plena estrada. Vou ter de me mudar no meu carro! Felizmente apesar do nevoeiro não está a chover. Visto uma roupa seca e quente e opto por umas calças de Lycra. O abastecimento é liquido pelo que como da minha comida – uma sandes de presunto! Quando retomo o trilho vejo chegar o Pedro Basso, Herculano, Mimoso, David Ferreira, Marco Silva e o Aires.

A experiência tem-me demonstrado que é melhor seguir acompanhado durante a noite, mas neste momento pretendo fazer o percurso até ao ponto mais alto da prova (o Cume – km 70 c/1.850 mt de altitude) ainda com luz do dia.

Continuo a subir até às Penhas Douradas, passando pela Casa de Pedra envolta num denso nevoeiro. No topo entro no Vale do Rossim  numa estrada de terra batida e quando chego a uma pequena rotunda deixo de ver qualquer sinalização. Volto atrás e sigo entre dois grandes rochedos à esquerda que tinham um amontoado de pedras, sinal este aconselhado pela Organização, mas que rapidamente reparo que não tem qualquer sinalização. Olhando em volta denoto uma bandeira a cerca dumas boas centenas de metros onde antes tinha voltado atrás. Desta vez vou a corta-mato até á bandeira para não perder o rumo.

A partir daqui sigo um trilho pedestre, que ora sinalizado com as cores das rotas (amarelo e vermelho) ou com o amontoado de pedras, e de vez em quando uma bandeira lá vou progredindo lentamente. Chove intensamente e a concentração para não perder o rumo é grande. Imagino fazer esta zona de noite!! A vegetação é rasteira e o percurso é sinuoso e pedregoso.

De vez em quando olho para trás mas não se vê vivalma! Perto do km 67 junto à Lagoa da Paixão, deixo de ver qualquer bandeira. Subo a uma rocha e vejo ao longe depois do rio uma bandeira amarela e um pouco mais á frente atletas do Millenium. Tento fazer um azimute em direcção à bandeira, mas o percurso é muito mau. Depois de algumas rochas cobertas de musgo escorregadias e algumas quedas resolvo rodeá-las e acabo por descobrir a passagem no riacho. O piso é de turfas mas que se afundam quando as piso. Parece um autêntico pântano! Junto às rochas aglomeram-se placas de gelo. Pouso o bastão numa delas e ele quase desaparece num buraco debaixo do gelo. É perigoso pisá-lo pois desconheço o que está por baixo! Ao km 70 já cá em cima, olho para trás e vejo o grupo que me precede em cima da mesma rocha onde estive. Grito e aceno-lhes mas não sei se me ouvem!

Perto dos 73 km o nevoeiro está cerrado e a chuva está para ficar. Não há trilho definido seguindo apenas de bandeira para bandeira, até que oiço vozes. Olho para cima e vislumbro uma figura em cima duma rocha. Encaminho-me para ela e quando chego perto verifico que é um GNR de Montanha que me pergunta: “Caro Atleta, a partir daqui tem 7 km muito técnicos. Sente-se em condições físicas para prosseguir?”. Respondo que sim e um escuteiro pergunta-me o nº do dorsal e vem dar-me uma garrafa de água. Nego a garrafa (pois farto de água já estou eu!), olho para o Garmin que marca 12h16 de prova.

Penso cá para mim que ainda chego aos 80 de dia, mas engano-me. A descida para o Covão D’Ametade é das mais difíceis que já fiz. Vou demorar cerca duma hora só para fazer os primeiros 3 km. Sempre a acompanhar um riacho vou passando duma margem para outra. De vez em quando é necessário pisar as pedras escorregadias com queda certa. O percurso é em ziguezague e difícil. Numa das vezes tento subir pela falésia, escorrego e vou parar ao rio. Felizmente não me aleijei! Nesta altura resolvo colocar o frontal e começo a ver algumas luzes lá em baixo. Até que chego cá abaixo e vejo que é necessário atravessar o rio. O caudal é forte e com cerca dum metro de profundidade. Sigo a margem até mais abaixo para ver se existe outro local para atravessar mas termina numa área intransponível. Volto atrás e vejo numa curva que pode ser um bom local com cerca de ½ metro de fundo. Arrisco e passo para a outra margem. A água está gelada!!

Já no outro lado ainda há que passar uns vaus até aos caniçais, mas não consigo vislumbrar nenhuma fita ou bandeira. Sigo rio abaixo e nada. Volto para trás novamente até à bandeira do outro lado do rio. Tento novamente verificar a marcação mas o nevoeiro não deixa ver mais do que uns 5 metros à frente. Sento-me e tento contactar a organização, mas não tenho cobertura de rede! O telemóvel apita com mensagens de que a minha família me tenta contactar, mas não tenho rede! Começo a ver ao longe várias luzes de frontais do grupo que me precede. O meu Garmin desliga finalmente. Heroicamente resistiu 14h17 até aos 78 km. Resolvo aguardar pelo grupo, pois mais olhos vêem mais que dois!

Finalmente ao fim de cerca de ½ hora, aparece o grupo liderado pelo Basso, o Herculano e restantes. Transmito-lhes as tentativas que já fiz até que com tantos á procura alguém vê as marcas pedestres na falésia e olhando para cima lá vimos uma bandeira, quase imperceptível devido ao nevoeiro. Subimos quase de gatas até transpormos o cume para uma cordilheira num trilho difícil. Nesta altura o Herculano diz-me que o Alvaro lhe ligou a dizer que a minha família está preocupada comigo. Ele tem rede mas eu não. Finalmente lá chegámos a uma descida em que se vê a estrada depois do rio. Atravessamo-lo saltitando por uns pilares, saltamos uma corrente e chegamos ao abastecimento dos 84 km  - Alto da Portela.

Enquanto tento comer algo sólido ouço alguém ao telefone a perguntar pelo dorsal 58. Digo que sou eu, e falo com o Paulo da Organização em que me pergunta se estou bem, pois a minha família estava preocupada comigo. Só aí é que soube que aos 73 km não registaram bem o meu número de dorsal, significando que estaria algures perdido no Vale Glaciar. Falo com a minha esposa explicando que nunca tive rede para a contactar. Aqui ficámos a saber que a prova tinha sido cancelada aos 73 km pela GNR de Montanha.

Enquanto o Mimoso muda de roupa, digo a todos que vou andando estrada acima, pois sou mais lento a trepar. São perto de 3 km de asfalto que aproveito para finalmente ligar à esposa, pois só aí é que tive rede.

Após uma fonte uma bandeira amarela manda-nos para um trilho à direita. O percurso estava apenas sinalizado com fitas nas árvores e ia subindo um leito dum rio. Cá em cima ia seguindo mesmo pelo meio pois por muito que me desviasse acabava sempre por andar dentro de água. As bandeiras estavam bastante espaçadas e eu cingia-me a seguir o rio até encontrar nova bandeira. A certa altura já há mais dumas boas centenas de metros que não via nenhuma. Procurei, voltei atrás, tentei um trilho à direita mais estreito mas nada. Quando resolvi voltar para trás até à última bandeira encontrei de novo o grupo.

Caminhámos até mais à frente em várias direcções e nada. Já pensávamos em atalhar caminho acima até à estrada, quando vimos uma bandeira acima à direita. Esta sinalização não era visível se viéssemos no trilho correcto, dando a sensação de ter sido marcado o percurso ao contrário. 

Finalmente chegámos à estrada, atravessámo-la seguindo as bandeiras até uma torre com um gerador, em que vislumbrámos de seguida as luzes duma viatura dos Bombeiros. Aí foi-nos perguntado o nº dos dorsais e indicado um percurso alternativo até encontrarmos nova viatura dos Bombeiros. Chegados aí, entrámos num estradão e congratulámo-nos por finalmente ter um percurso para correr. Já íamos com mais de 17 horas de prova e apesar de faltar pouco mais de 12 km, as pernas já se recusavam a correr.

Os que se sentiam melhor seguiram e eu fiquei para trás com o Aires Barata. Apesar dos diversos contactos com a família eu já não dava prognósticos da hora de chegar. Chegados ao final do estradão encontrámos uma estrada asfaltada e de novo mais uma viatura dos Bombeiros. Aí disseram-nos que faltava cerca duns 10 km para Manteigas e que bastava descer a estrada até um cruzamento, virar à esquerda e descer para a Vila. Isto deu-nos um certo ânimo e começámos a correr estrada abaixo, mas algo estava errado. A serra á esquerda não permitia ver a Vila nem sitio para a rodear, então como poderia ser sempre a descer?

Finalmente a bandeira indica-nos a serra à esquerda, e o percurso era sempre a subir, a subir! Ao longe víamos as luzes do grupo da frente. Atrás… nem vivalma, só escuridão. Estes quase 5 km a subir entre trilhos cobertos de giestas que tapavam o caminho foram difíceis de transpor. Finalmente começámos a descer até que apanhámos o Herculano e o David. Sempre a descer por trilhos de pedras escorregadias quase chegados a Manteigas e mais um controlo por parte dos Bombeiros. A Placa dizia 2,7 km para Manteigas, mas seria mais do que isso. Antes de chegarmos à estrada asfaltada apanhámos o grupo da frente com o Basso, Mimoso e o Marco. Todos os sete ainda teríamos de subir uma estrada empedrada durante quase um km para chegar finalmente á meta que atravessámos com 20:41:43. Éramos uns heróis!!

No entanto, a não ser a minha família, o Álvaro Pinto, uma amiga do Aires e o Paulo da Organização, não havia mais ninguém!! Também não havia nada para comer… simplesmente uma garrafa de água.  
Na altura, foram apenas reclamações sobre a prova que foram ditas! Recebemos um simples troféu de acrílico, comprovativo de que completámos os duríssimos quase 106 km duma prova na Serra da Estrela.

Arrastamo-nos até ao Pavilhão para um duche quente e fomos dormir.

Depois dum merecido descanso e de cabeça fria... consigo afirmar "Venha a próxima!"
...mas no momento de chegada á meta, deu-me vontade de gritar bem alto "Oh, Meu Deus! Nunca Mais!!!"

Fazendo uma avaliação da prova, na minha opinião os comentários são os seguintes : 

Pontos fortes:
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O percurso é lindíssimo, com paisagens espectaculares de plena natureza. Tirando as poucas e curtas passagens no asfalto, quase todo é feito por trilhos ou estradões de terra batida.
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  A simpatia da Organização
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Boas condições no Pavilhão Desportivo
·        
O Almoço no domingo
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Actuação dos Bombeiros e da GNR de Montanha

Pontos menos fortes:
·        
Sinalização – quanto a mim o ponto crítico da prova – ineficaz, espaçada, utilização de bandeiras reflectoras durante o dia e de fitas à noite.
·         Abastecimentos: Fracos e bastante espaçados, não tendo em consideração zonas após grandes esforços. Nenhum abastecimento sólido no final!
·         Segurança : Zonas de estradão no inicio da prova e zonas muito técnicas à noite. Locais de difícil acesso para resgate em caso de necessidade e sem cobertura de rede. Sem nenhuma Força de apoio ou vigilância nesta zonas.
·        
Hora da partida poderia ter sido adiantada 2 horas permitindo mais luz do dia aos atletas.

 

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Última actualização: julho 02, 2020.

 

 
 

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